Mateus 15:21-28
Jesus sai de Israel e adentra, com seus discípulos, em um território gentio. Lá se depara com uma mulher grega, siro-fenícia de nação e que tinha uma filha miseravelmente endemoniada.
Ela estava ali porque tinha ouvido falar em Jesus e cria que Ele poderia ajudá-la – libertando sua filha daquela possessão demoníaca. O que vemos nesse episódio é um verdadeiro exemplo de fé, humildade e perseverança.
1. A mulher cananeia reconhece que precisa de Cristo.
O primeiro ponto importante a destacar nessa passagem bíblica é o fato de que todo ser humano necessita reconhecer duas coisas: a soberania de Deus e a sua dependência dEle.
A mulher cananeia reconheceu as duas coisas e foi abençoada por Deus, alcançando a libertação de sua filha.
a) ela O reconhece como Rei (v.22).
²² E eis que uma mulher cananeia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada.
Aquela mulher se lançou aos pés de Jesus (Mc 7. 26) e o chamou de Filho de Davi. Essa expressão representava o reconhecimento da ascendência de Jesus como Rei e descendente do Rei Davi, e a esperança de que ele (Jesus) fosse o Messias, como de fato o era.
b) ela se prostra diante dEle e O adora (v.25).
²⁵ Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me!
Após ter sua fé provada em alguns momentos, sendo ignorada pelo Mestre (provavelmente para testar e fortalecer sua fé) e descartada pelos discípulos de Jesus que queriam que o Mestre a despedisse. Mesmo diante disso, ela se prostra aos pés de Jesus e o adora. Ela realmente reconhece que depende dEle, e, portanto, insiste em suplicar o socorro do Senhor.
c) ela se humilha na presença do Mestre (v.27).
²⁷ E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.
Na busca pela libertação de sua filha, que estava miseravelmente endemoniada, a mulher cananeia confrontada com a verdade exposta pelo Cristo, de que não seria bom pegar a comida dos filhos e dá-los aos cachorrinhos, uma alusão de que Ele havia vindo para os filhos de Israel e não para os gentios, ela reconhece que Jesus está certo, mas contorna a situação de maneira humilde e sábia, dizendo que os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus senhores. Essa atitude move o coração do Mestre, que vê nela uma grande fé.
2. A mulher cananeia mostra perseverança.
Um outro ponto importante nessa passagem bíblica é a perseverança. Tudo que conquistamos provem de perseverança, mesmo aquelas que não dependem da sua perseverança, como a salvação. É preciso persistir até vencer, como a mulher cananeia nos deu o exemplo.
Ela travou e venceu, com a ajuda de Deus, suas maiores lutas afim de ajudar sua filha.
a) diante do silêncio de Jesus (v.23).
²³ Mas ele não lhe respondeu palavra [...].
Quando a mulher cananeia busca Jesus, ela não recebe resposta, apenas o silêncio do Mestre. Ela insiste, mas sem resposta aos seus anseios.
Não é fácil ser ignorado por alguém, justo quando mais se precisa. Isso fere o coração, frustra os objetivos e pode causar desânimo.
Mas [...] ela não desiste.
b) diante da irritação dos discípulos (v.23).
²³ [...] E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós.
Frustrada pelo silêncio do Mestre, ela segue clamando por misericórdia. Os discípulos irritados com a insistência da mulher, pediram que Jesus a despedisse, ou seja, pediram que Jesus atendesse o seu pedido para que ela parasse de gritar e fosse embora.
Imagine o que se passava pela cabeça da mulher cananeia. Ignora pelo Mestre, praticamente enxotada pelos discípulos.
Mas [...] ela não desiste.
c) diante das palavras de Jesus (v.24 e 26).
²⁴ E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
²⁶ Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.
Finalmente quando Jesus rompe o silêncio, não era o que ela esperava ouvir. Nas duas ocasiões, Jesus deixa claro que Ele viera para os filhos de Israel e não para os gentios, praticamente descartando a possibilidade de que ela lograria êxito em sua empreitada – a libertação de sua filha.
Mas [...] ela não desiste.
Suas convicções não a permitiram desistir. Com sabedoria e humildade dialogou com o Mestre e obteve a sua bênção.
Está escrito em Mc 2. 30 que ao retornar para a casa, encontrou sua filha deitada na cama, e que o demônio já tinha saído.
Caos semelhantes se repetem nas Escrituras, como o paralítico de Cafarnaum em Mc. 2.1 – 12, que narra a história de um paralítico trazido por seus amigos para ser curado por Jesus.
Eles tomando conhecimento de Jesus, buscaram levar o paralítico para vê-lo. Mas era impossível. Jesus estava numa casa cercada de uma grande multidão por dentro e por fora. Com grande habilidade, os homens subiram até o telhado da casa, tiraram algumas telhas, e passaram o paralítico pela abertura. Jesus viu essa demonstração de fé e curou o homem espiritual e fisicamente. Todos ficaram perplexos. O paralítico partiu, carregando a própria maca.
Assim como aconteceu com a mulher cananeia, com o paralítico de Cafarnaum e com tantos outros exemplos nas Escrituras, deve acontecer também em nossas vidas. Precisamos reconhecer a soberania de Deus e perseverar diante das adversidades e obstáculos que se interpõe entre nós e Ele. Estes exemplos de fé devem permear os nossos corações, levando-nos aos pés de Jesus em adoração e conquista das bênçãos do Senhor.
Não desista diante das adversidades que se apresentam e se interpõe entre você e sua bênção, ainda que pareçam intransponíveis. Não permita que o orgulho endureça e desqualifique o seu coração para receber a bênção.
Adore ao Senhor, proste-se diante dEle, dialogue com Ele.
Mas [...] não desista.
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