A imaturidade dos cristãos face aos problemas nas igrejas


Faz um tempo que as denominações evangélicas veem muitos de seus fiéis se afastarem do convívio da igreja. Crentes que participavam dos trabalhos, que dizimavam com fidelidade e que, de repente, desapareceram.

É claro que dos muitos que se agregam à igreja, pode ser compreendida como às terras citadas por Jesus na 'Parábola do Semeador'.

A semente à beira do caminho
Há os que ouvem a Palavra, mas logo essa é arrebatada do seu coração e a pessoa parece esquecer completamente o que ouviu.

A semente em terra pedregosa
Outros, ouvem a Palavra, porém não há o enraizamento do que foi ouvido, e vindo as perseguições, as tribulações, logo desvanecem e depois de algum tempo se afastam de Cristo e da sua igreja.

A semente em meio aos espinhos
Depois Cristo fala de um grupo que permanece mais tempo na igreja, talvez até os seus últimos dias de vida, mas que na verdade estão tão envolvidos com as coisas desta vida que Deus e a igreja estão em último lugar, são meramente crentes nominais.

A semente em terra fértil
E por fim, no último exemplo da parábola, Cristo cita os que ouvem a Palavra, compreendem-na e a guardam no coração, sendo, de fato, crentes convertidos e comprometidos com a obra.

Ainda nos dias dos apóstolos conforme percebemos, haviam 'crentes' que estavam abandonando a congregação. As razões não estão explícitas, mas levou o autor da carta aos Hebreus a incluir nos seus escritos e instruções esta recomendação: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.

Hoje, enfrentamos situações semelhantes. Muitos crentes têm abandonado as igrejas evangélicas por razões insignificantes. São pessoas imaturas, requerendo da igreja aquilo que elas mesmas não conseguem dar.

As 'razões' que levam ao abandono da igreja, vão desde uma simples discordância de opinião a situações mais graves como escândalos sexuais ou de outra natureza, contudo, esses problemas não deveriam levar o crente a abandonar sua igreja, mas a combater o mal e com isso se fortalecer na fé.

Ser 'crente em casa' foi a 'solução' encontrada por muitos para não enfrentar o problema de frente ou em último caso, a 'desculpa perfeita' para justificar sua falta de compromisso com Deus.

Devo frisar que Cristo não está divorciado de sua igreja. Mesmo sofrendo as dores dos erros humanos, Ele mesmo nunca a abandonou. Além do mais, não podemos nos esquecer que foi justamente essa igreja, 'imperfeita', o instrumento utilizado por Cristo para nos alcançar e salvar.

Lembremo-nos do apóstolo Paulo que, contrariando tais pensamentos, não abandonou a igreja de Corinto e nenhuma outra, antes exortava e permanecia firme buscando a restauração de cada uma.

Não podemos nos portar como meninos em Cristo. Devemos pautar nossas atitudes no verdadeiro evangelho, que não só me ensina a receber misericórdia, mas a exercê-la também. As pessoas que erram na minha igreja, hoje, podem ser as que me ajudarão amanhã caso eu venha errar, por isso preciso ajudá-las e não abandoná-las. Não estou conclamando ninguém a concordar, aceitar ou praticar o erro, mas a sermos maduros como foi o apóstolo Paulo e o escritor de Hebreus.

Adaptado do texto "Cristo sim, igreja não" publicado no site Ultimato.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem