A difícil tarefa de pastorear

Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência.

Jeremias 3:15

Pastor é aquele que guarda, guia ou cuida do rebanho.

No Salmo 23, as Escrituras se referem a Deus como o Pastor que supre todas as necessidades de suas ovelhas, fazendo-as repousar em pastos verdejantes, junto às águas de descanso e guiando-as pelas veredas da Justiça.

Em Jeremias 3:15 encontramos Deus incumbindo a homens de pastorear o seu rebanho, delegando-os a responsabilidade de conduzir o seu povo.

Conduzir pessoas não é tão simples o quanto parece. As pessoas são capazes de pensar, de opinar, e de tomar decisões por si só. É por isso que, quem almeja o episcopado, excelente obra almeja, pois, tem de lidar com diferentes personalidades, requerendo do pastor certas habilidades.

Mais que isso, o pastor precisa ser o modelo, o padrão de vida para os fiéis – marido de uma só mulher, equilibrado, calmo – mantendo a moderação em tudo que faz. Estas são apenas algumas das qualificações exigidas nas Escrituras.

O pastor, também, deve ser despretensioso e sem vaidade, simples, acolhedor e capaz de ensinar. Ele deve governar bem a sua própria casa, sem tirania ou conivência com o pecado, mas com amor e submissão aos preceitos divinos pré-estabelecidos para o casamento, criando os filhos na admoestação do Senhor. Deve ter o bom testemunho dos de fora, não ser ganancioso, alguém a quem se não aponte o dedo para julgá-lo, ou seja, irrepreensível.

Contudo, o pastor, mesmo dotado de tais habilidades e qualificações, não estará livre de enfrentar os problemas do dia-a-dia. Essas adversidades ocorrem em, pelo menos, três áreas da vida: pessoal; eclesiástica; e secular.

ÁREA PESSOAL

Segundo o texto de I Timóteo 3:4, a primeira parte do versículo, a missão do pastor começa dentro de sua própria casa, governando-a bem, e neste caso, a esposa é peça fundamental na conquista deste objetivo. Ela precisa entender que, sendo uma só carne com seu esposo, conforme Gn. 2:24, o chamado ao episcopado estende-se a ela. Quando esse entendimento não ocorre, os problemas se agravam, podendo causar danos ao ministério de seu marido, sendo alguns deles irreparáveis, pois a igreja não vê apenas o pastor, mas toda a sua família como modelo e padrão para si.

Como o pastor requererá disponibilidade e empenho de um membro da igreja se isso não for visto em sua própria casa?

A esposa precisa estar engajada nos trabalhos da igreja. Os filhos, se houverem, também deverão ser participativos, sendo estes, exemplos para a juventude, enquanto a esposa o é para as senhoras.

Ocorre que muitos pastores ficam terrivelmente entristecidos quando não conseguem a ajuda devida dos de sua casa. Muitos caem em desânimo, enfrentam depressões e entram em crises que afundam o seu ministério – “pois quem não governa bem a sua casa, como governará a Igreja de Deus?” I Timóteo 3:5

ÁREA ECLESIÁSTICA

A missão do pastor é árdua, e por vezes, a igreja, que deveria torná-la mais amena, não o faz.

A igreja é constituída de pessoas, capazes de pensar, de opinar, e de tomar decisões, certo? Às vezes isso traz sérios problemas ao convívio eclesiástico, consequentemente, refletindo no ministério pastoral. Nesta área, a sua ajuda, como membro da igreja, vivendo um cristianismo autêntico, portando-se de maneira ordeira e honrosa, quer na igreja, quer no seu lar, ou na sociedade, é indispensável.

Quanto ao pastor, sabemos que ele também erra, afinal, ele é humano tanto quanto qualquer um. Verdade é que temos nele e em sua família, o modelo e padrão de conduta, porém não devemos requerer infalibilidade. Sendo assim, a igreja deve ter sabedoria para tratar tais situações quando estas surgirem.

Em todo caso, é fundamental que as lideranças da igreja, principalmente os diáconos, auxiliem o ministério pastoral na condução da igreja. Uma liderança sábia e sensata ajuda o pastor a presidir bem a Igreja de Deus.

ÁREA SECULAR

Na área secular, assim como nas outras, o pastor deve manter-se irrepreensível, pois – convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.” I Timóteo 3:7

Ter uma vida ilibada, em todos os aspectos, será visto, pelos de fora, como algo louvável, e certamente, tal conduta, levará muitos aos pés de Cristo. Não obstante, o mesmo deve ocorrer com a esposa do pastor, e com todos os seus liderados.

Caso isso não ocorra, e o mau testemunho prevalecer, haverá sérios danos ao ministério pastoral e consequentemente à igreja. O pastor, sozinho, não pode muito. Ele precisa do desprendimento de todos. Quem está pronto a ajuda-lo? Você está?

Existe todo um conjunto de fatores envolvidos no apascentar com conhecimento e com inteligência. Fatores que envolvem o pastor, a esposa dele, a igreja, e você. Por isso, faça a sua parte, ajude seu pastor, ore por ele e com ele, converse, seja sincero, pois ele vela por você como quem tem de prestar contas, e cuide para isso ser exercido com alegria e não com gemidos.

 

Reformulação do texto – “Ossos do Ofício” – do mesmo autor

Carlos Barros

Diácono na PIB Quixeramobim

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