Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de
nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja
entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo
parecer.
I Coríntios 1:10
Entende-se por unidade
a qualidade de ser um ou único, algo que não pode ser dividido. No âmbito
eclesiástico implica em termos um mesmo sentimento, um mesmo
pensamento, compartilhando das mesmas ideias e propósitos. Essa
ideia está explícita no verso chave da nossa meditação.
Quando não há essa
unidade, a preservação da comunidade, como igreja do Deus Vivo, fica comprometida.
A harmonia da igreja é
comprometida
quando cada crente, ou a maioria, busca o seu próprio interesse. Quando isso
ocorre, o espaço fica propenso ao egoísmo, fazendo com que o desrespeito impere
entre os irmãos, ocasionando disputas pessoais, boicotes a
eventos da igreja e à parcialidade no trato de algumas questões
relevantes à vida da igreja.
É extremamente
complicado permanecer em um espaço sem harmonia, pois deixa de ser agradável e se
torna pesado, daí um esvaziamento poderá acontecer.
A legitimidade do
culto é comprometida,
visto que, asseveramos ter tudo em comum, porém, na prática, isso não se
confirma, pois nem todos buscam o que é de comum interesse. O culto se torna
hipócrita, vazio, um rito meramente religioso.
Quando Jesus
recomenda, em Mt. 5:23,24, que nos reconciliemos com quem tem algo contra nós,
antes de deixarmos nossa oferta no altar, é porque Ele preza por um culto
verdadeiro. Como prestar um culto verdadeiro, se não houver harmonia entre os
irmãos?
As Escrituras são
taxativas, quando o assunto é a unidade da igreja. Isso é deveras vital à sua
existência, preservação e aperfeiçoamento.
O crescimento
espiritual da igreja é comprometido, pois, o nosso egoísmo atua de forma
contrária ao processo de amadurecimento, definhando enquanto comunidade. Como
crescer se falta harmonia, cumplicidade, mutualidade, solidariedade na alegria
e no sofrimento?
Devemos lembrar que o
crescimento espiritual da igreja passa pela harmonia de seus membros, conforme
lemos – “do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas
as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para
sua edificação em amor.” Efésios 4:16
A coesão da igreja é
comprometida
e os objetivos que resultariam no bem comum falham. Se não há coesão entre os
membros, a casa estará dividida e não subsistirá.
É como darmos
legitimidade ao inimigo sobre a igreja. A desunião do povo de Deus representa
um ponto de vulnerabilidade. O inimigo terá do que nos acusar perante a
sociedade, levando à perca de nossa autoridade. Nem a sociedade e nem as
potestades nos respeitarão.
A missão da igreja
fica comprometida.
Como trazer as pessoas a Cristo se não conseguimos viver harmoniosamente?
Um dos elementos que
formam a identidade da igreja é a busca por almas perdidas. Todavia, a igreja
precisa de credibilidade e respaldo para transmitir essa mensagem. Se as pessoas
perceberem que a igreja não vive o que prega, como crerá em sua mensagem?
Para continuar
existindo, dentro do seu real propósito, a igreja precisa ser como a dos
primeiros séculos do Cristianismo – “louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Atos 2:47
A conclusão é simples
– uma igreja onde não há harmonia, não há um culto verdadeiro ao Senhor, não há
crescimento espiritual e nem coesão entre seus membros, está em declínio e sua principal
missão sobre a terra, fica comprometida.
Reformulação do texto “Quando a
unidade da igreja acaba” do mesmo autor.
Carlos Barros
Diácono na PIB Quixeramobim