“Pois aquele em quem não há estas coisas
é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus
antigos pecados”.
II Pedro 1:9
Cego é aquele que não
consegue ver, e que, por alguma razão, está privado de enxergar o que está à
sua volta. No âmbito espiritual, ser cego é não enxergar a verdade que está bem
à sua frente, como se houvesse um véu interpondo-se.
Em II Pedro 1:9, as
Escrituras fazem menção de certas coisas das quais, não sendo
encontradas no cristão, o torna cego e sem lembrança da sua purificação.
Para entendermos
melhor acerca destas coisas, precisamos voltar no texto sagrado, do verso 5 ao
7, onde lemos – “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai
à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, E à ciência a temperança, e à
temperança a paciência, e à paciência a piedade, E à piedade o amor fraternal,
e ao amor fraternal a caridade.” – II Pedro 1:5-7.
Ao que podemos
entender, precisamos ser zelosos e dedicados na busca pelo aperfeiçoamento da
nossa fé, acrescentando todos os elementos descritos pelo apóstolo.
Vale ressaltar que a
fé é a base da vida cristã. Sem ela é impossível agradar a Deus, conforme está
escrito em Hebreus 11:6.
ACRESCENTE A VIRTUDE
A virtude é uma
inclinação para praticar o bem, ou seja, o indivíduo faz o bem sem que haja a
necessidade de um esforço para isso. A virtude também pode ser um conjunto de
qualidades tais como a prudência, a coragem, a autodisciplina, a
imparcialidade, a compaixão, a perseverança, a honestidade, a humildade e a
lealdade.
A virtude leva o
indivíduo a ser justo, compassivo e disciplinado na sua caminhada. Quando
acrescentamos isso à nossa fé, ela será fortalecida.
ACRESCENTE A CIÊNCIA
Ciência é
conhecimento. Algo necessário para o cultivo da sabedoria, do conhecimento de
Deus e da intimidade com Ele. É preciso conhecer seus atributos, seu caráter, sua
vontade.
Conhecer a Deus
difere de saber que ele existe. É entender como Ele age, o que Ele espera de ti,
e agir conforme a vontade dele. Quem tem tal ciência acrescentada à sua fé, não
será destruído. Todavia, aos que não entendem isso, a Palavra diz – “O meu povo foi
destruído, porque lhe faltou o conhecimento” – Oseias 4:6.
ACRESCENTE A TEMPERANÇA
A temperança ou
domínio próprio é o ato de ser moderado em tudo. É importante haver o controle
das emoções, das palavras, das ações. Isso mostra equilíbrio e sensatez.
Quando acrescentamos
a temperança à nossa fé, nossa confiança e estima não se abalam com facilidade.
Também não perdemos as estribeiras facilmente quando enfrentamos as
adversidades.
ACRESCENTE A PACIÊNCIA
A paciência nada mais
é que o ato de perseverar, apesar das dificuldades.
Quando acrescentamos
a paciência à nossa fé, o tempo se torna um aliado, o imediatismo cede lugar à
sensatez, e as decisões são tomadas com discernimento.
ACRESCENTE A PIEDADE
A piedade é a atitude
correta de um homem para com Deus. Calvino afirma que: “A verdadeira piedade
consiste em um sincero sentimento que ama a Deus como Pai, enquanto O teme e O
reverencia como Senhor, abraça Sua justiça e teme ofendê-Lo mais que a morte”.
Esse sentimento de
dependência de Deus é algo que não pode deixar de ser acrescentado à nossa fé. Pelo
contrário, deve se tornar um exercício constante na caminhada cristã, conforme
se lê – “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em
piedade” – I
Timóteo 4:7.
ACRESCENTE O AMOR
FRATERNAL
O amor fraternal é o penúltimo elemento na lista de
coisas do apóstolo. Trata-se de um sentimento de carinho, dedicação e cuidado
muito forte pela figura do outro. É o vínculo pelo qual Cristo é glorificado em
nós.
O amor fraternal nos
colocar no lugar do outro, partilhando alegrias e tristezas, como está escrito
em Romanos 12:15.
Esse elemento, acrescentado à fé, consegue promover a
ajuda necessária nos momentos de adversidade.
ACRESCENTE A CARIDADE
Caridade ou simplesmente amor é mais que um simples
sentimento humano, conceituado, muitas vezes, equivocadamente, e frequentemente
confundido com a paixão e o gostar.
Após falar acerca dos dons espirituais considerados, já naqueles
dias, muito importantes, Paulo apresenta aquilo que viu como “mais excelente”.
Em I Coríntios 13, ele expõe uma série de atributos que definem o amor como de
fato ele é.
“O amor é sofredor, é benigno; o
amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não
se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta” – I Coríntios 13:4-7.
Esse amor, não é o tipo
que se encontra por aí com facilidade. Por isso, acrescentá-lo à sua fé é
extremamente essencial. Contudo, é preciso intimidade com Deus para
vivenciá-lo.
Voltando às palavras
de Pedro, em suma, a fé, por si só, parece inoperante se estas coisas não lhes forem
acrescentadas. O apóstolo é categórico ao afirmar ser cego aquele em quem não
há estas coisas. Ele diz ainda que é como se o indivíduo tivesse “esquecido” de
que fora liberto por Cristo de seus antigos pecados. Isso implicaria
continuar na velha vida.
Carlos Barros
Diácono na PIB Quixeramobim