Lições do Vale de Ossos Secos

 

Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos.
E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos.

Ezequiel 37:1,2

O contexto, na visão que Deus mostrara ao profeta, era de desolação e desesperança. Israel perdera a fé no único Deus verdadeiro, indo após outros deuses, como lemos em Ezequiel 20:32. O povo desejava ser como as nações vizinhas – “seremos como os gentios” – pensavam eles.

Israel estava cativo nas terras de Babilônia, como consequência de sua rebeldia e apostasia, tendo ignorado a necessidade de arrependimento anunciada pelos profetas.

Na visão, o profeta se acha em um vale cheio de ossos sequíssimos que representavam, nas palavras do próprio Deus, a nação de Israel que haveria de ser restaurada.

A missão do profeta, nessa visão, era levar ao povo judeu a mensagem de restauração. E lendo Ezequiel 37:1-14, algumas lições nos saltam à vista, ou à mente. Quais lições seriam essas?

É preciso ter fé

“... porventura viverão esses ossos?” Essa indagação, encontrada no verso 3, nos remete à incontestável necessidade de termos fé de que Deus é poderoso para fazer o que diz. E o profeta entende isso, afirmando – “Senhor Deus, tu o sabes”.

Essa é a mesma certeza que pairou no coração de Abraão, quando Deus pediu-lhe o filho em sacrifício, ante a promessa de que de Isaque levantaria uma grande nação – “pois considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar”Hebreus 11:18.

Nada é impossível para Deus

A resposta do profeta à indagação do verso 3, representa não apenas fé, mas a verdade de que para Deus nada é impossível e que o seu poder vai além da compreensão humana.

Prova disso, é o que ocorrera com Sara, esposa de Abraão. Ela era estéril e avançada em dias, porém Deus disse que ela teria um filho e assim aconteceu.

Outro exemplo é o endemoninhado gadareno, homem possesso de uma legião de espíritos imundos, que vivia pelos sepulcros às margens da sociedade. Embora tentassem prendê-lo com cadeias e grilhões, para não se ferir, ou ferir alguém, ele as quebrava. No entanto, quando encontrou Jesus teve sua vida transformada e foi achado em perfeito juízo.

Deus é aquele que vivifica

Está claro que o cenário era de morte. Mas Deus estava mostrando ser capaz de vivificar aqueles ossos. O sentido aqui é o de reviver, voltar à vida, renovar-se.

A afirmação – “... e porei em vós o espírito, e vivereis, ...” – no verso 6, evidencia essa verdade. Algo semelhante ao que aconteceu com o filho pródigo da parábola contada por Jesus.

Seja instrumento de Deus

Até aqui aprendemos que é preciso ter fé, que nada é impossível para Deus e que Deus é aquele que vivifica. Mas isso não é o bastante, é preciso ser instrumento nas mãos de Deus.

“E profetizei como se me deu ordem” – mostra que o profeta entendeu essa necessidade. Ele se colocou como instrumento para a execução dos planos de Deus, levando a mensagem de restauração ao povo judeu.

Deus cumpre o que fala

No verso 14, onde lemos – “... e sabereis que eu, o SENHOR, disse isto, e o fiz, diz o SENHOR.” – encontramos a afirmação de que Deus cumpriria a sua palavra.

O desfecho da visão do Vale de Ossos Secos se dá com o retorno do povo de Israel à sua terra.

O primeiro retorno, sob a liderança de Zorobabel, ocorreu entre 536 – 516 a.C.; o segundo, sob a liderança de Esdras, ocorreu em 457 a.C.; e o terceiro, sob a liderança de Neemias, ocorreu entre 444 – 425 a.C.

Aprender essas lições é importante para desempenharmos bem o nosso papel de atalaias nas missões que recebermos de Deus.

Há muitas pessoas enfrentando o caos por causa das péssimas escolhas e decisões tomadas. Temos a missão de levar a mensagem de restauração e, consequentemente, a esperança.

É preciso ter fé e acreditar que nada é impossível para Deus. Devemos confiar que Deus é aquele que vivifica. Portanto, seja instrumento de Deus, pois Deus cumpre o que fala.

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